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domingo, 27 de março de 2011

QUEM DISSE QUE ACHAMOS O TRABALHO UM FARDO?



Não compreendemos o trabalho como um fardo, mas consideramos que existe um determinado peso sentido nas relações entre chefes e subordinados, entre servidores e clientes, entre colegas, enfim, consideramos as relações, boas ou más, como responsáveis pelo clima produtivo ou improdutivo no trabalho. Sentir prazer no trabalho não seria “o problema”, esse estaria, provavelmente, no fato de “sentir-se bem no lugar”, como bem nos disse Cortella, ao tratar sobre a noção de prazer em Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética. Sentir-se bem no lugar pressupõe que esse lugar também seja seu, que você faz parte dele e o que você produz nele é parte de você, foi essa a discussão que Karl Marx nos deixou a partir do conceito de alienação. Desta forma, a sensação do nada, do vazio interior estaria na falta do vínculo do sujeito da ação com sua criação, ou seja, o objeto criado não é reconhecido como seu, não é valorizado como sua obra, portanto, sem sentido e sem agregação de valor para esse indivíduo.

Convenhamos que a tarefa colocada para os servidores do judiciário baiano não é das menores. Ele não só terá que se automotivar sem condições de trabalho e valorização salarial, como terá que produzir em um ambiente de muita desconfiança e perseguição. Aliado a esses aspectos, ainda temos a questão da criação de cargos comissionados, diretorias de secretaria, assessorias de magistrados, etc, uma situação que pode até ser positiva, com a observância de que os ocupantes de tais cargos valorizem as relações interpessoais com vistas a uma boa gestão e não usem o cargo para perseguir, competir e exercer um poder sombrio sobre os demais.

Sabemos que em todas as esferas existem os bons e os maus servidores, estes últimos, acreditamos que em número infinitamente menor. Mas, subjacente em muitas relações dentro do ambiente de trabalho, existe um preconceito e, como tal, precipitado e generalizado sobre os servidores, que os tem como preguiçosos e incompetentes, quando não corruptos, que extrapola o campo das estatísticas funcionais e circunda amplamente o senso comum social.

A sociedade, pólo integrante das demandas judiciais e extrajudiciais, atribui ao servidor, via de regra, a ineficiência da máquina judicial. Esse quadro, rotineiramente experenciado por cidadãos e servidores, se configura numa verdadeira “bomba relógio” quando o assunto é prestação jurisdicional. Servidores adoecendo, sociedade insatisfeita, favorecimentos da corrupção são alguns dos desdobramentos do gargalo em que se encontra a nossa justiça.

Até bem pouco tempo, não se ouvia falar em capacitação, em preparo de servidores para o exercício de suas funções. Nos perguntamos para quantos, dentre os quase dez mil servidores, foi dito qual seria a sua missão ao ingressar no cargo que estava assumindo?

Bem, “ANTES TARDE, DO QUE NUNCA”, queremos ver construída essa nova história onde a eficiência, a competência, a transparência, a efetividade e a produtividade sejam buscadas pelo caminho da ética, rechaçando o prejuízo das relações fragilizadas, dos egos inflados prejudicando potenciais lideranças no ambiente de trabalho, do assédio moral e de qualquer outro tipo de tortura física e psicológica que degrade o indivíduo.

Servidor valorizado e reconhecido, sem dúvida, será um servidor produtivo. Entendemos ser essa, a lógica que aproximará criador e criação da excelência no trabalho.

REDE

2 comentários:

  1. Orgulho possso dizer que tenho de vcs companheiros trabalhadores do Judciário, que muitas vezes sozinhos em cartórios vem fazendo a justiça que tanto buscamos para a sociedade. VC trabalhador do Judiciário baiano deve ter orgulho de vc, não deixem que tanto preconceitos e rotulos que insistem em nos colocar tais como: "preguisos, ineficientes etc. Que não nos cabe, seja justificativa para usurparem os nossos direitos. Ta ai o nosso reajuste como exemplo disso. Um direito constitucinal, que todas as categorias estaduais vão receber retroativo e a gente não. O que pensam que somos? Ai entra a seara do sindicatos.O que fizeram? Eu lhes digo nada. Calaram-se, emudeceram. Não basta apenas propor emendas ao projetinho, nem tao pouco notas insignificates em saites ultrapassados e que prestam mesmo é um desserviço a nossa cateoria. Queremos a Politica aliada a ação. E de ação carecem nossos dois sindicatos, que parecem perdidos no meio disso tudo, tentando a todo custo, como nosso patrão, em colocar-nos a culpa pelo caos que vivemos. Façam sindicatos a meia culpa de vcs. Por que só com a ultima greve soubemos de tantos absurdos que vcs souberam bem antes da gente e nada fizeram? Conviveram com tantos desmandos. E nos servidores inocentes, só nos lenhando, me desculpe o desabafo, em nosso labor diário. Alguem ja falou a hora é essa. Estamos esperando o que mais? Querem nos roubar até a alma. Lutemos enquanto é tempo. Cobremos dos nossos representantes atitudes condizentes com a nossa categoria. Não queremos nada de ninguem, queremos somente rspeito. É isso respeito. E se vcs sindicatos, por qualquer motivo não poderem nos oferecer isso, que deem lugares a novas lideranças.

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  2. Eita povo arretado Sô. Parabéns, a vcs do blog. Como faz bem a alma da gente, uma boa leitura como essa. Imaginamos, refletimos e temos a certeza que nós não somos os culpados por tanto caos. Mudança de postura, ética e compromisso de ambas as partes, viu TJ, e isso que queremos.

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