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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

META 2, EXCESSO DE TRABALHO E GREVE









META 2, RECESSO, EXCESSO DE TRABALHO E GREVE




Não queremos aqui ser ingênuos, tampouco declararmos nosso romantismo incurável com as questões da vida, mas temos dificuldades em analisar os fatos sob a perspectiva puramente competitiva, guiando-nos pela idéia de que “os fins justificam os meios”. Não concebemos a luta sindical como uma busca apenas pelo poder, onde as estratégias passam tão somente pela análise da probabilidade da vitória sem o exame do processo e seu desdobramento para o movimento e a categoria. Se assim fosse, aceitaríamos qualquer aliança ou nos deixaríamos cooptar pela possibilidade de estarmos no poder.



Interessante como quem pensa assim costuma julgar-nos nessa perspectiva, trata-nos como se fôssemos iguais na “sombra”, entretanto não percebem a projeção negativa que estão fazendo. Julgam-nos por aquilo que rejeitam inconscientemente em si mesmos e tentam colar suas manchas no adversário que os incomoda. É um processo recorrente naqueles que não costumam olhar para si, se autoconhecer, enfim, vamos deixar essa conversa psicanalítica para outro momento e falarmos da política sindical...



Após muitos reclamos e a despeito do momento crítico em que estamos nos mobilizando – finalização da meta 2, véspera de recesso forense e festas natalinas – os quais não podemos negar o peso numa análise para mobilização da categoria, iniciamos, corajosamente, um movimento grevista. O motivo não poderia ser mais forte, afinal, após perdermos o direito ao abono pecuniário, esperarmos PACIENTEMENTE e sem reajustes salariais, até 2015 para recebermos a última parcela de implantação do PCS, não poderíamos e nem podemos facilitar com o direcionamento das nossas reivindicações, nem negligenciar a discussão acerca da sistemática atuação patronal contra os direitos conquistados.



Não falamos novidades, pois um bom observador poderá identificar os sinais de avanço contra os direitos dos servidores e ainda, o descaso com sua dignidade e saúde (física e mental) ao ser-lhes imposta jornada excessiva de trabalho e ainda não oferecer-lhe condições adequadas para o exercício de suas funções.



A mobilização, embora tardia, obteve uma vitória parcial e precisaremos nos manter atentos, somos de luta e não negamos esforços para chegarmos aonde queremos. Venceremos o comodismo, os terrorismos, a falta de vontade de alguns, as manipulações de outros, as jogadas de “cena” e outras coisas mais...



Na atual circunstância, onde a mesa diretora do TJ não considerou a nossa representação sindical ou esta não se fez considerar, é altíssimo o prejuízo para a categoria caso o anteprojeto que estabelece a jornada de 40 horas, não seja devolvido ao Tribunal para a devida discussão com os principais interessados – os servidores, através dos seus representantes sindicais. Um projeto de tamanha importância para a vida do servidor, não podemos ficar de fora, à mercê do entendimento de quem parece nunca ter tido contato com as dificuldades vivenciadas na labuta do trabalho.



Será que os nossos dirigentes perderam a sensibilidade e, com ela, a capacidade de compreender que o elemento humano é a mola propulsora de todo e qualquer processo? Será que estão consumidos pela lógica do poder vazio, ensimesmado e que garante o privilégio de poucos? Se assim for, distanciam-se do poder que transforma e promove o bem comum.



Nossa alternativa para a luta nesse momento se apresenta através da representação parlamentar. Os deputados precisam estar cientes da responsabilidade legal e, principalmente, moral, da matéria a ser examinada. Judiciário célere e eficiente não se obtém à custa do sacrifício do servidor. Muito pelo contrário, valorização e condições de trabalho são fundamentais para isso.



A sociedade como um todo precisa ter conhecimento da real política adotada pelas sucessivas administrações do TJ. Precisam ser discutidas as medidas estruturais necessárias para que o judiciário possa dar a resposta que todos almejam na resolução das demandas que recebe. Isso só é viável a partir de uma ampla divulgação nos vários meios de comunicação e através dos segmentos organizados da sociedade. Dar visibilidade aos problemas estruturais do judiciário baiano, chamando à responsabilidade aqueles que detêm o poder é o primeiro passo para a construção de justiça ágil e eficiente e não essa que não faz justiça nem em sua própria casa.



Fiquemos atentos então e não percamos o caminho. A greve ainda é um instrumento fortíssimo, saibamos usá-lo com sabedoria e equilíbrio a fim de lograrmos êxito em nossa campanha.



Não há vitória sem luta!




MOVIMENTO REDE


Renovação, ética e democracia

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