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sexta-feira, 2 de julho de 2010

RECUO ESTRATÉGICO, CORTE DE PONTO E SOLIDARIEDADE


Na assembléia de 14 de junho, onde o movimento REDE apresentou como proposta a suspensão do movimento, tínhamos como cenário um movimento cuja liderança carecia de ajustes urgentes, comprometido pelo constante atrofiamento na divulgação das motivações da greve e cuja negociação foi dificultada pela postura unilateral do TJ. Os decretos e a resolução nº 04 pesavam sobre uma categoria dividida entre os contornos que a greve assumiu. Em nossa avaliação era iminente o esvaziamento da mesma por tudo que foi citado acima.

O corte de ponto, referendado pelo Tribunal Pleno na quarta-feira (30.06.2010), já tinha sido definido em ata numa das reuniões com a Desa. Telma Brito (muito antes da liminar), seria submetido a essa corte. Talvez fosse mantido mesmo com a suspensão do movimento antes, com o propósito de disciplinar os insurgentes.

A situação era, e continua sendo muito complicada.

Corríamos o risco de manter uma greve desgovernada e ter que voltar por esvaziamento. Optamos por dar o exemplo e cumprir uma determinação judicial, por mais esdrúxula que tenha sido e discutir a questão nos foros judiciais competentes, uma vez que a parte interessada não poderia figurar como julgador.

Mesmo cumprindo a liminar, antes de configurada a “ilegalidade da greve”, considerando que só um sindicato tinha sido intimado, de forma alguma nos surpreendemos com a posição do Pleno. Afinal, os próprios desembargados, (à exceção dos Des. Lealdina Torreão, Antonio Pessoa Cardoso e Lourival Trindade), além de editarem a supra citada resolução, em nenhum momento levantaram a questão buscando um entendimento entre o TJ e os servidores, fato que em nada desabonaria a postura dos mais altos membros do judiciário baiano, ao revés mantiveram conduções autoritárias.

Surpreende-nos sim, a solidariedade prestada pela corte numa alusão a uma suposta greve política contra a presidente do SINPOJUD. Essa notícia, divulgada nos blogs e no orkut deixa-nos preocupados, pois caso seja real a manifestação, denota uma relação entranhada entre diretores sindicais e patrões.

Qual o destino da nossa categoria agora?

A crise de representação continua instada. Retomar a greve nos moldes anteriores é, no mínimo, arriscado. Promover a mudança das direções se desenha como o desejo de muitos da categoria, seja através de unificação, seja por um esvaziamento (o que seria temeroso), pois além de nos enfraquecer enquanto categoria, não tira o imposto sindical, que continuaria alimentando o poder dos que aí estão, uma vez que incide sobre um dia de trabalho de todos os servidores, independentemente de ser filiado ou não, entre outras coisas.

Ademais o sindicato é nosso maior instrumento de luta e qualquer ação nesse sentido requer cautela, estudo estatutário, ações éticas e comprometidas com o bem estar dos servidores.

Por hora, defendemos a adoção das medidas cabíveis no âmbito judicial com relação aos cortes, a discussão sem passionalismos dos pontos que estão colocados e o acompanhamento das deliberações da última assembléia.


Movimento REDE.


7 comentários:

  1. Deixem de ser ingênuos. Não perdemos e perderemos somente alguns dias de salário.
    Perdemos o direito a licença prêmio.
    Perdemos o abono pecuniário.
    Perdemos nossa dignidade.
    Perdemos nossa esperança.
    E se não tomarmos o rumo do barco, vamos perder nossa fala.
    Cadê as deliberações da assembléia.....
    "Se cortar o ponto, nos voltamosa a parar de novo"

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  2. Não vejo problemas em antecipar a assembléia. Novas informações foram acrescentadas ao PP em andamento. O que não podemos é incorrer em ações sem antes analisar todos os aspectos, inclusive (e principalmente) a falta de sintonia entre diretoria e a base. Isso não siginifica que não devamos fazer nada, muito pelo contrário. Podemos e devemos elencar ações que podem ser desenvolvidas mesmo sem a greve. Um dos pontos que não favoreceram a greve foi a falta de coesão da categoria. Se analisarmos friamente a questão, temos de cara um divisão entre servidores com adicional e sem adicional, o decreto 152 da presidencia ao cortar a GEE não atingiu a todos, deixando os que já recebiam como vantagem pessoal. Isso precisa ser considerado. Não dá pra fazer greve por setores, pois será fadada ao fracasso.
    O que dizer de um comando que não comanda? Por pressão das assembléias elegeu-se pessoas para integrar o comando de greve junto com a diretoria (esta não à toa, altamente descredibilizada). Não podemos deixar de considerar que, por mais que os companheiros se dediquem nessa empreitada, ainda são os dirigentes os "detentores" dos números, das informações e dá má vontade em dividir isso com a categoria. Fazer passar uma proposta que incluísse servidores nesse comando e na comissão que fez a minuta do pré-projeto nas primeiras assembléias foi um duelo titânico. Quem estava lá presenciou. Greve só com a categoria disposta não garante resultado positivo. Quem tem a chave do cofre é o sindicato. Por falar nisso, às quantas anda a prestação de contas do Sinpojud? Ouvimos a alegação de que não tinha dinheiro pra matéia paga em jornal, ne TV, nada. Greve, não é cruzar os braços apenas...........requer estratégias de enfrentamento, mobilização. A categoria deu show de mobilização, organização. AS diretorias desafinaram e feio!!!!Devemos desistir da GREVE? Não, de forma alguma. Devemos buscar pontos de convergência da categoria; devemos buscar as formas de combater a omissão dos dirigentes, devemos considerar que são muitos os sujeitos do processo.
    O poder, representado "harmônicamente" pelos poderes(Executivo, Legislativo e Judiciário) deu provas contundentes do quanto está articulado, em prol da defesa de seus interesses. Não sejamos ingênuos achando que será fácil nossa empreitada.
    Tudo que foi iniciado serviu pra despertar uma categoria que há muito tenpo "achava que estava tudo certo". Agora temos certeza que não é bem assim.
    Nada é conclusivo nesse processo. Alías, agora sim começamos a ver que falta muito pra se chegar a algo definitivo, em todos os sentidos.
    Senhoras e senhores, está aberta a discussão!!

    Wilson Assis - Vit. da Conquista-Ba

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  3. "Tudo que foi iniciado serviu pra despertar uma categoria que há muito tempo "achava que estava tudo certo". Agora temos certeza que não é bem assim. Nada é conclusivo nesse processo. Alías, agora sim começamos a ver que falta muito pra se chegar a algo definitivo, em todos os sentidos." - Wilson Assis - Vitória da Conquista/BA

    Disse tudo, rapaz! Agora sim, vamos buscar corrigir, aparar as arestas, renovar, não deixar brechas, nem mais vacilar. Jamais sair do movimento sem estar tudo amarrado. A força é nossa, basta sabermos usar.

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  4. O tal "recuo" seria estratégico se antes se negociasse o pagamento integral dos dis parados, assim como a a isenção geral e irrestrita quanto às retaliações do poder contra àqueles tidos como cabeças do movimento. Esse não foi um recuo estratégico, está mais para desastroso, na forma como foi concebido.
    Pergunta que não quer calar: os sindicatos já sabiam das medidas que a presidência adotaria e por isso trabalhou pelo fim da greve sem a "negociação mínima", inerente a todo movimento paredista?

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  5. Acredito em renúncia da diretoria do Sinpojud, só assim poderemos buscar nossos direitos, pois com esta equipe da "Zezero", vamos viver dias piores.Fazem questão de serem omissos para garantir os próprios interesses.

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  6. vcs foram infelizes nos seus posicionamentos.

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  7. Dica para os dirigentes dos sinicatos:

    antecipem a assembléia para dia 23/07, conforme vcs estão cogitando, pois dia 30 esses novatos revoltosos do interior estarão com um dinheirinho para pagar os custos de vir à assembléia e jogar duríssimo com as diretorias. Vamos enfraquecê-los rasgando os bolsinhos deles. CNJ é nada!!!!
    hahahahahahahahahaha!!!!!!!!!!

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