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sábado, 22 de maio de 2010

BREVE ANÁLISE DO MOVIMENTO GREVISTA


Por Mariliana Campelo



Estaremos completando no dia 25 deste, 18 dias em estado de greve e percebemos que o movimento está forte e a categoria disposta a seguir em frente até o êxito. Percebemos, entretanto, as fragilidades na condução da nossa campanha, pois, se por um lado temos servidores dispostos a enfrentar ameaças de cortes de auxílios e salários, ou ainda ameaças psicológicas, temos a contradição quanto aos reais objetivos da greve, traduzidos pelo discurso desencontrado de alguns dirigentes ao prestar informações e entrevistas à mídia. Nossa preocupação surge do entendimento de que a comunicação do porquê de estarmos em greve seja fundamental para garantir e legitimar o movimento perante o Tribunal de Justiça e da sociedade.


Bem, é necessário unidade para chegarmos à vitória! O discurso deve ser afinado. Diretorias e servidores precisam falar a mesma língua e assistimos, não mais com surpresa, diretores destoando do desejo e do discurso da categoria. Pergunto se todos têm consciência do porquê de estarmos em greve? Qual o ponto fundamental e deflagrador do movimento? Se estamos conscientes, então mantemos o foco e seguiremos firmes em busca da conquista desse objetivo, se não, seguiremos à deriva daqueles que precisam desse palco para se legitimar.

Quando nos dirigimos à assembléia do dia 07/05, sabíamos da necessidade de fazer algo para que a categoria não tivesse direitos desrespeitados ou sofresse perdas em decorrência da má gestão do TJBA, traduzida por uma folha de pagamento inflada pelo pagamento de super salários a apadrinhados. Interessante que saímos dessa assembléia com uma pauta de reivindicações também inflada. Afinal, o que é importante e fundamental para a vitória do nosso movimento? O que está na mesa de negociação que se aceito atenderá aos anseios e objetivos da categoria? Sabemos que os itens incluídos na pauta são importantes, mas alguns não podem ser resolvidos administrativamente? Ou não?

Onde está nosso comando de Greve? Por que não temos uma mesa de negociação permanente, com atuação decisiva para chegar à solução das nossas demandas? Precisamos estar pensando em propostas e estratégias para chegarmos há algum lugar e a impressão que temos é de que tudo está muito solto, sem condução.

Para aqueles que estarão em Salvador no dia 25, está colocada a responsabilidade de pensar a condução do movimento e estratégias para romper a postura antidemocrática da não negociação, pois sem isso, corremos o risco de nos perder e permanecer numa greve infindável e sem solução.


Atentos e fortes, rumo à vitória!

2 comentários:

  1. Ponderação consciente. Gostaria que a vossa pessoa tornasse fala a suas idéias, para que estas se transformassem em realidade prática.

    Não se pode desconsiderar que os sindicatos deveriam estar conduzindo os interesses sérios da categoria, pois da forma como se encontra o movimento grevista, tudo não poderá passar de uma verdadeira pausa de trabalho. Não queria ter a triste impressão de que todo este movimento não resultará em nada.

    Se você, Mariliana Campelo, tem algo norteador que nos dê um verdadeiro alcance na busca de soluções que direcionem este movimento pela moralização, pelo trabalho, pela eficácia plena e magnitude dos nossos direitos, por favor, apresse-se em nos posicionar.

    Talvez esta seja a tua missão e o teu compromisso para conosco. Não compreendo o porque de somente serem escritos e falados os possíveis caminhos, e direções a serem tomados, ao invés de serem praticados na sua essência e teor.

    A pergunta que fica é: Qual será o resultado da greve? O que será conquistado, para aglória do movimento, que trará benefícios para todos os servidores? A quem interessa o fracasso do movimento? A quem interessa o sucesso do movimento?

    Será que apenas teremos discurssos de tribuna e belas palavras que exprimem idéias, mas poucos resultados práticos?

    Peço a sua intromissão no movimento, pois estou cansado de falar, de orientar, de querer e não poder agir.

    Se tiver algo mais a acrescentar, por favor, sinta-se a vontade.

    Sua ponderação consciente poderia nos dar mais virtudes aos nossos anseios, já que nada até o momento foi conquistado, a não ser a insegurança e a falta de perspectivas.

    Abraços,

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  2. Oi Allan,

    As assembléias não estavam, até o momento, privilegiando a discussão das idéias. Muita dificuldade para você se fazer ouvir, bem como entender o que estava sendo dito, ou seja, a comunicação estava arranhada. Tantos servidores indignados, desejando se expressar e ocupar o vazio deixado pelas diretorias e, por outro lado, diretores sem legitimidade para tocar as demandas colocadas, desacreditados diante daquela platéia. Confesso, observei muito durante as assembléias e pensei que o meu discurso ficaria também no vazio. Sabe quando você percebe que uma platéia está cansada, não está mais disposta a ouvir, ou deseja ouvir apenas um determinado assunto e o resto não interessa? É até compreensível essa atitude diante dos abusos e da negligência de alguns dirigentes. A categoria cansou e demonstrou isso. E eu,apenas vi, ouvi, acreditei no desejo de luta dos jovens companheiros e fiquei aberta à discussão de forma mais pontual, acompanhando e interferindo de forma menos global. Mas é difícil não se posicionar diante de algo que você percebe não estar bem orientado, bem conduzido, podendo trazer prejuízos para todos, por isso me manifestei, para trazer um contraponto.
    Penso que, embora perceba alguns interesses estranhos à nossa luta, isto não deve nos impedir de buscar as soluções e encaminhar o movimento para o êxito. Agradeço seu comentário, pois abre novas perspectivas para mim, pessoalmente e para a nossa visão, enquanto movimento REDE. Embora ainda não esteja usando a tribuna, a REDE tem se manifestado através de outros companheiros como Silvia Tavares, Oséas, Nazareno, entre outros que discutem conosco. Algumas propostas e encaminhamentos aprovados na última assembléia saíram das nossas discussões e foram defendidas por esses companheiros. Senti imensamente por não estar presente a essa assembléia, fiquei impossibilitada de me ausentar de Itabuna, na terça.
    Espero que o nosso movimento REDE, de alguma maneira, esteja possibilitando um olhar democrático sobre nossas questões e posicionamentos, de forma que o movimento paredista seja conduzido “para a glória do movimento e dos servidores”, fazendo minhas as suas palavras.
    Sempre na luta!
    Abraços.

    Mariliana

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