O Conselho de Representantes constitui uma das instâncias deliberativas da nossa entidade sindical e é composto por servidores filiados, representantes das diversas comarcas do poder judiciário no Estado, eleitos na proporção de um delegado para cada trinta servidores filiados.
Considerando suas atribuições estatutárias, o Conselho assume importante papel na observação e cumprimento das deliberações da categoria; na fiscalização ética e legal das ações da diretoria executiva; na gestão financeira e de investimentos executada pela diretoria; nas ações políticas das campanhas salariais do sindicato. Apreende-se, portanto, o papel político e fiscalizador do Conselho de Representantes, sendo este uma ponte entre a base e as direções sindicais.
Diante da explicitação acima, causa-nos apreensão a notícia veiculada de que o Conselho deliberou a não realização da assembléia unificada marcada para o dia 30.07, tendo esta decisão saído de foro soberano, qual seja a assembléia geral dos servidores.
Sabemos que os fóruns de discussão da nossa entidade sindical, dentre eles o Conselho de Representantes, devem primar pelo cumprimento das designações estatutárias e, mais que isso, devem defender a garantia democrática expressa pela vontade da maioria.
Num momento onde a categoria encontra-se fragilizada por ações que promoveram grande sentimento divisionista era de se esperar justamente o contrário. O sindicato como um todo deve estar voltado para a unificação da categoria, vez que o entendimento de categoria forte passa pela coesão de seus integrantes.
Qual a razão para posturas como essa? Ao nosso ver falta politização dos membros do conselho e sobram expedientes que decorrem das práticas assistencialistas e clientelistas que vem sendo empregadas. Os delegados sindicais devem estar fortemente comprometidos com a democracia e bem estar da categoria e não com o corporativismo sindical.
Por outro lado, há que se ponderar que os servidores das comarcas, ao eleger um delegado estão passando uma “procuração” para que este os represente. Como isso tem sido feito? Analogamente, é o mesmo mecanismo da representação parlamentar, porém numa escala menor. Sendo assim, cumpre a cada servidor acompanhar os mandatos de seus delegados, e na mesma medida prestar apoio, discutindo, oferecendo contribuições construtivas para seus representantes, considerando que das posturas destes, e do sindicato como um todo, resultam as ações ou omissões que certamente se refletirão em nossa vida profissional num primeiro plano e, posteriormente, no campo pessoal.
Ser delegado sindical envolve a disponibilidade em participar dos encontros e, de fato, “fazer a ponte” entre direção e base. O delegado deve expor as discussões feitas na comarca e, na contrapartida, trazer as discussões que o Conselho realiza, sendo, portanto, elemento de ligação.
O exercício democrático de participação e representação passa pela ação subjetiva do eleito na compreensão do seu papel e responsabilidades com a base que o elegeu, portanto, convém que façamos essas reflexões e nos estimulemos a mudar uma prática que contraria duas das principais finalidades sindicais, qual sejam, a organização e a politização da categoria.
Movimento REDE