Páginas

quinta-feira, 10 de junho de 2010

RESPOSTA AO JUSTICEIRO TJBA



Por Nazareno Fonseca

Aproveito comentário abaixo feito no texto postado aqui no blog, GOVERNO WAGNER ASSUME O ÔNUS DA IMORALIDADE DO JUDICIÁRIO, para socializar e refletir sobre as ponderações do justiceiro que relembra a nossa amizade de longas datas, de velhas lutas. Concordo com muitas das sua ponderações, discordo de outras e fico feliz com algumas.

Quanto às galinhas, vão ter que esperar infelizmente para março, quando esse “velho dinossauro” completa sessentinha, e poderá abrir espaço para os novos, que espero que venham cheios de garra, compromisso e vontade de trabalhar para bem servir a sociedade.

Não vivo meu querido justiceiro no passado, vivo no eterno presente, e que bom que ainda tenho utopias, que ainda sonho, que ainda aspiro por um mundo que acredito pode ser bem melhor em todos os sentidos, o homem que perde a capacidade de sonhar perde o sentido de permanecer na vida.

Se você companheiro justiceiro, for quem estou pensando que é, sei sim que você é competentíssimo, resolve os problemas e sempre fez a diferença no TJ. E, se infelizmente teve o seu nome incluído entre os marajás, sei que não foi por apadrinhamento, alias, você é que deve ter se tornado padrinho de muitos.

Se seu ADF tem alguma irregularidade como diz o CNJ, sei que você e parte dos demais, apenas aproveitaram as “brechas legais da lei”, que foram deixadas propositalmente para beneficiar alguns parentes e aderentes de seguidas gestões, sei que não deste causa.

Tinha feito umas reflexões, que intitulei “de um dino” e, por terem ficado longas e por problemas operacionais terminaram não sendo postadas. Alguns trechos já foram resgatados em outros textos e outras faço agora, para que você e os demais leitores deste blog entendam o que penso a respeito de gratificações.

E dizia: Quero agora, fora das emoções da assembléia, refletir um pouco do que significa “adicional não” – primeiro é público e notório que em 400 anos de existência, o TJ/Ba, nunca teve critérios para nada, o mais básico seria ter critérios claros, objetivos para promoção de juízes entre as entrâncias e para a “Corte”. Como esperar critérios para a concessão de míseros adicionais? Se para se chegar “de onde se pensa que é, para onde se tem certeza que é Deus” em 400 anos nunca se teve critérios claros e objetivos, hoje, estes estão chegando via CNJ.

Logo o que falta são critérios claros e objetivos de concessão de toda e qualquer gratificação. Digo isso levando em conta que desde que se organizou a Administração Pública, sempre existiram gratificações para contemplar, os que mais se dedicam, os que realmente deveriam trabalhar, já que a Administração Pública sempre foi vista como “emprego” e não trabalho. Até 1988, no TJ, concurso só para Serventuários, extras judiciais (e esses só após a oficialização) e alguns poucos cargos no Tribunal. Mesmo assim alguns afilhados, e outros não tão afilhados, mas afilhados de afilhados que não passavam nos concursos, ou que completavam a maioridade, nos intervalos destes, eram contratados e depois absorvidos no quadro. Em grande escala, a CF de 1988 garantiu aos que já contavam cinco anos de serviço, seu aproveitamento. O TJ tem um grande número desses que foram ficando ao arrepio da Constituição, “os tais clientes C”.


Que em verdade muitos não têm culpa se a situação não foi resolvida no devido tempo, e ficaram sim pela capacidade e necessidade do serviço, e diga-se, de passagem que pelo fato de ser afilhado não é sinônimo de parasita, de incompetente (alguns os são, mas, não é a regra, inclusive concursados).


Ora como sempre existiram gratificações, todos servidores sempre tiveram uma expectativa, uma esperança de “um dia” quem, sabe ser contemplado com uma para melhorar o salário, já que este “flutua segundo a maré”.


Em março me aposento, para mim esta expectativa nunca foi real, já que oPTei, na fundação - e pelo que sei fui o primeiro no quadro do TJ desde a fundação do Partido dos Trabalhadores. Logo, em um ambiente de bajuladores do Carlismo, que em todo aniversário compravam presente e iam “beijar a mão”, nunca tive espaço a não ser para retaliações.


Mas voltando as gratificações fico a refletir se não é um “tiro no pé”, “adicional não”, para os novos, justamente os que estão mais revoltados. Será que a médio e longo prazo no decorre dos 30/35 anos de serviço a simples e pura extinção de toda e qualquer gratificação não fará falta a estes servidores? O melhor caminho não seria a extirpação das aberrações já detectadas? E criar mecanismos claros e objetivos para que não voltem a acontecer e para as novas concessões?


Temos que ter consciência que nem todas as gratificações concedidas, foram via apadrinhamento, “via mutreta” Muitas vezes, várias e várias foram à humildes e anônimos servidores para compensar inúmeras situações, esses se conseguirmos antecipar o PCS, nada perderão, mas se eliminarmos toda e qualquer gratificação, sem o PCS, estaremos trazendo desalento a nossos iguais, já que os apadrinhados, não nos iludamos acharam um jeito de dar a volta, afinal “poder será sempre poder”.


É doloroso, mas é “vero” o que iniciou a revolta das gratificações foi exatamente à concedida para dirigentes sindicais ficarem “pianinho” frente ao TJ, ou melhor, “pelegar”, servir, babar, bajular, só fazer greve quando for a este conveniente, etc. Estes também, nada perderão com a antecipação do PCS. “Adicional não”, desoneração da folha, no fundo é estratégia para antecipação do PCS, não é para tirar de quem tem é para corrigir distorções, e só corrige zerando tudo para depois recompor, talvez alguns tenham ido muito fundo nas “brechas da lei”, terá que socializar uma parte da brecha... E o trágico que o meu pessoal do PT esta criando novas...


Como pode ver meu querido justiceiro ainda concordamos em muita coisa, e lhe digo VALEU E ESTA VALENDO A PENA, sonhar, ter utopias me sinto muito feliz e neste momento, emocionado por ainda poder sonhar e continuar lutando por uma sociedade justa, fraterna para todos nos, tenha certeza que mesmo aposentado continuarei nessa busca incessante...



VALEU! VALEU! E CONTINUARA VALENDO SEMPRE, continue meu amigo sonhando que é o que nos impulsiona a viver, não perca essa capacidade de sonhar, pois sem ela não somos nada. Razão por razão é balela, é só angustia e stress.


QUE VENHAM OS SONHOS E QUE ESTEJAMOS SEMPRE PRONTOS A SONHAR.


Um fraternal e forte abraço deste paladino, meu velho justiceiro e companheiro.


AXÉ

2 comentários:

  1. Parabéns pelo texto, Nazareno.
    Muito elegante e de excelente conteúdo!

    ResponderExcluir
  2. Velho paladino e companheiro João.
    Que você é um homem inteligente, culto e acima de tudo sonhador não tenho a menor sombra de dúvidas.
    Se em algum momento, durante o meu desabafo no comentário fui deselegante ou grosseiro, fica aqui meu sincero pedido de perdão, você mesmo sabe, não sou assim. Foi o arroubo da indignação, o sangue quente do momento que me fez elevar o tom.
    Há mais de trinta dias me sinto ofendido, agredido, humilhado, xingado com toda a sorte de adjetivos, achincalhes e palavrões, nos “blogs” que inundam a internet e que deveriam servir como um instrumento de discussão de ponto de vista e do debate de idéias, no entanto, virou palco de baixarias e agressões de toda a sorte. Do desrespeito total a autoridade constituída, à ofensa pessoal, gratuita e imoral ao colega de trabalho e de profissão.
    A ignorância, o desconhecimento dos fatos e da verdade, a generalização de alguns incautos e o escuso, obscuro e sínico interesse político-pessoal de meia dúzia, foram a tônica desse movimento.
    Como você mesmo disse, não sou nem nunca fui marajá, não tenho padrinho, parente medalhão e família abastada, que pudesse patrocinar minha careira no TJBA.
    Fui sim, desde o início como você, um batalhador. No meu concurso (como você, não entramos pelo basculante do Fórum), fiz duas provas, uma escrita e outra oral e ralei muito até chegar onde cheguei.
    Meu ADF (que já recebo há 10 anos) representa apenas e tão somente um percentual, incidindo única e exclusivamente sobre o base. Sem repiques, penduricalhos ou diferença estranhas ou esdruxulas. Fruto exclusivamente do meu trabalho e dedicação ao serviço público, que sempre respeitei e mesmo nos dias de hoje ainda respeito, porque aqui constituí, criei e mantenho a minha família.
    Portanto, me sinto sim ofendido, quando colocado no rol de malfeitores, responsável pelas mazelas e desvios no erário público.
    Com o meu passado e com a minha história no TJ, não aceito e não admito ser agredido.
    Sonhar, sim sempre, também sonho. Sonho com uma Bahia mais justa e digna, sem maldade, responsável e altaneira. Com moralidade, sem conchavos, mensalões ou escândalos.
    Uma sociedade justa e humana, com educação, saúde e segurança para todos.
    Mas isso que sonhamos, não vamos conseguir com violência e agressões, com a falta do respeito às Leis e aos Poderes constituídos, rasgando a legislação ora vigente e atropelando o “direito adquirido” ou autonomia federativa.
    Se a legislação esta errada, sem tem falhas, se é seletiva ou discricionária, vamos corrigi-la, respeitando os princípios da legitimidade, da legalidade e do estado do direito. Nessa luta você conta comigo, sempre.
    Quanto as “galinhas”, velho dinossauro, sei que você esta contando os dias para descansar no “sitio”, curtir a natureza, a paz e harmonia espiritual, juntamente com os passarinhos e as galinhas de granja...
    Fica aqui mais um grande e fraternal abraço, desse que sempre lhe respeitou e admira, pela sua história de vida, de lutas e de batalhas, por seu grande e utópico sonho de ver um dia, esse país vivendo um socialismo autentico, mais justo e humano para todos nós. Realmente você é o D. Quixote do TJBA, com toda a ternura e pureza.
    A proposito, essa sua bola de cristal está enferrujada. Não sou quem você acha que sou....
    Axé, também.

    ResponderExcluir

Seja um membro da REDE.
Participe das nossas discussões deixando sua opinião sobre os artigos postados e sobre o nosso blog.
Equipe REDE.