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sexta-feira, 11 de junho de 2010

POR QUE DEVEMOS SUSPENDER A GREVE?




Não sabemos de onde saiu à hilariante fundamentação da liminar que foi concedida em bases totalmente falsas, pois não ferimos qualquer preceito constitucional nem da lei de greve vide texto postado sobre resolução...

Agora, quanto à argumentação de que: “A primeira reivindicação dos grevistas atine à manutenção da gratificação e dos cargos providos em Regime Especial de Direito Administrativo, os quais foram eliminados por Decreto da Presidência do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia...”, consideramos que apesar da aberração da fundamentação totalmente distorcida, acreditamos que não seja por simples desinformação, entretanto entendemos que deve ser cumprida de imediato pelo seguinte motivo:

Estamos a exigir que o Tribunal de Justiça cumpra a liminar do CNJ e para termos força moral para tal, não nos resta outro caminho que não seja o cumprimento imediato, em outras palavras, suspender a greve, lembrando que é suspender e não acabar a greve, marcar outra assembléia para depois das festas, e se for preciso começar tudo de novo.

Como só um sindicato foi intimado da medida, o descumprimento só se configura, após os dois estarem notificados, portanto como a Assembléia foi antecipada para dia 14, em tese até lá ainda não estamos descumprindo a Liminar.

Retornar de imediato, não significa fraqueza, desmoralização, voltar com rabo entre as pernas ou coisa do gênero; suspender é estratégia para garantir, como já dissemos acima, força moral para exigir o cumprimento da liminar do CNJ, até para que os Ministros não se sintam melindrados com o nosso descumprimento.

Além do mais, o episodio pode ser explorado pela grande imprensa, ofuscando assim o nosso ganho político pela moralização do TJ. Não podemos por em risco o nosso capital político ganho nesta greve que é imensurável.

Neste sentido, analisemos ainda alguns tópicos:

  • O ADF e a CET estão agora na batalha jurídica entre CNJ e STF, ensejando da nossa parte uma mobilização para que seja julgado definitivamente, sendo que tal mobilização prescinde do estado de greve para aguarda tal decisão, assim podemos fazer o acompanhamento direto através dos nossos representantes e através da formulação de um calendário de mobilização para participação da categoria com esse objetivo.
  • Os 18% não podem ser cobrados agora, pois a dívida só vence em julho e precisaremos de fôlego para retomar o movimento grevista em caso de não pagamento, para tanto, acreditamos que o recuo estratégico no momento é recomendável.
  • A antecipação do PCS só virá com a participação efetiva na questão orçamentária e depois de estudo do plano e do impacto. O GT precisa de tempo pra trabalhar nisso. Não dá pra gastar cartucho ficando em greve e massacrando a população, sob pena de termos a opinião pública voltada contra o movimento.
  • Nossa pauta de greve, embora inflada num primeiro momento, como já pontuamos em texto desse blog, não é a de praxe do sindicato, de forma que a suspensão da greve ensejará a retomada da campanha salarial 2010, visando a negociação dos demais pontos de pauta aprovados pela categoria.
  • Não podemos deixar de mencionar a questão da GEE, que por vias tortuosas e questionáveis, foi transformada em vantagem pessoal, favorecendo aos companheiros ameaçados por sua suspensão através do Decreto 152/2010.

Lembremos que nenhum exército ganhou batalha alguma deixando seus soldados enfrentar o inimigo até o último homem sucumbir, ao contrário, no momento necessário, reorganiza as tropas para investir na batalha final. O ganho político alcançado com a mobilização da categoria não tem precedentes nos últimos dez anos. Sintamo-nos vitoriosos por isso, pois o judiciário baiano jamais será o mesmo depois dessa batalha empreendida por seus servidores em favor da sua moralização.

Portanto, conclamamos os companheiros à reflexão, pois além de não darmos brecha para punição material aos sindicatos, que somos nós mesmos, evitamos também os efeitos da decretação da ilegalidade da greve nos nossos contracheques, pois só a partir da ilegalidade da greve é que podem ser descontados os dias parados.

Pensem, reflitam e vamos à nossa assembléia de cabeça fria, pacificados e sem fortes emoções, para que possamos debater tranquilamente acerca da conveniência ou não da suspensão. Somos por essa estratégia, sem pestanejar.

A luta continua...

MOVIMENTO REDE

8 comentários:

  1. vc foi muito sábio ao se expressar sobre a suspensão da greve não deixa a população prejudicada porém lutar sempre pelo seus diretos.

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  2. Concordo plenamente com estas afirmações. A categoria sai muito fortalecida para atuar em outros embates que teremos, notadamente em relação ao alto grau de politização sindical alcançada durante o movimento paredista.

    Foram descobertos muitos talentos entre os servidores do judiciário baiano, provamos que UNIDOS SOMOS FORTES, por isso esse sentimento por mudanças deve continuar latente em nossas vidas sob pena de perdermos o bonde da história.

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  3. Poxa vida, que companheiros conscientes, que movimento legitimo da rede, é isso mesmo, vamos ser estrategistas, como num jogo de xadrez, a rainha má, pode ta pensando que engoliu seus peões, mais o xeque-mate da categoria virá. Vamos sim, nos recolher estrategicamente, sei que o sentimesnto é de tristeza e desamparo, tendo em vista os ultimos acontecimentos. Mas, sentimento de derrota nunca. Entramos, numa greve contra tudo e contra todos, e aqueles que se posicionaram contra num primeiro momento, tiveram que rever seu pocisionamento. Por isso, não devemos temer recuar agora, pois temos força o suficiente para retornarmos a qualquer momento. Os sindicatos, devem e podem nos representar e vamos cobrar deles. Ok! Companheiros de todo o interior parabéns a todos vcs, pela luta e pela garra. Só por nossa uniãojá somos vitoriosos.

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  4. Acredito que devemos retornar ao trabalho, mas em estado de greve. Esperemos o posicionamento do CNJ e do STF e os próximos passos do TJBA. Mas se voltarmos, com certeza será com dignidade e por que não vitoriosos? Não perdemos nada, quem anda com medo não somos nós, mas aqules que vêem seu ADF escapando e a CET tendendo a não chegar... A luta continua e sabemos que podemos muito mais.

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  5. Parabens, pelo conhecimento em causa, concordo com tudo.

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  6. O que nós ganhamos até o momento? o que a presidente negociou com o comando de greve que possa ser traduzido em vitória? no meu entendimento: absolutamente nada!! e por que? porque na verdade o comando enfrentou dificuldades sérias com a postura adotada pela atual presidente que nada transigiu e apenas agiu de acordo com o seu bom senso.
    Na verdade o que se verificou realmente foi uma manobra politica de um grupo que ganhou notoriedade e pretende usar a categoria para atingir a algum objetivo político particular. A conquista só foi uma: a segregação da categoria. Situações novas serão levadas ao conhecimento da sociedade e do próprio CNJ, como por exemplo a falta de legalidade da tabela única dos serventuários; o valor único do auxílio alimentação, a podridão existente nos bastidores dos sindicatos que atualmente nos "representam".
    Desta forma, não nos resta nada mais que suspender o movimento, pois a própria sociedade já está cansada de tanta falácia. Voltar ao trabalho é a única opção.

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  7. ..... evitamos também os efeitos da decretação da ilegalidade da greve nos nossos contracheques, pois só a partir da ilegalidade da greve é que podem ser descontados os dias parados.

    TOMARA QUE NÃO TENHAMOS NOSSOS SALÁRIOS DESCONTADOS.

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  8. Claro que agora já se pode acabar a greve.

    1) Já fizeram prevalecer a mesquinhez de, despeitosamente, prejudicar um grupo dos que chamam de “colegas”, a troco de absolutamente nada;

    2) Inverteram toda a lógica histórica da luta sindical, com uma greve contra servidores e a favor de nada;

    3) Não vai ter antecipação de PCS nenhuma, ou seja, cortaram-se os AF do pessoal do TJ para nada;

    4) A GEE já seria incorporada ao salário desde a edição do decreto 152, como antecipado pela presidência – cortou-se o AF para nada;

    5) Conseguiram o grande feito de retirar aproximadamente 3.000 servidores dos sindicatos, exatamente o grupo que recebia AF e que, agora, não vai mais contribuir para as entidades que os segregaram e trataram como se servidores não fossem – nisso o corte do AF serviu para alguma coisa, pois enfraqueceu as entidades;

    6) Já fizeram um bom palanque para os interesses pessoais de Ruy e Cecílio – gente que se diz inteligente sendo feita tão às escâncaras de massa de manobra;

    7) Fomentaram a criação de uma associação de todos os servidores que não se vêem representados pelos sindicatos e que vai brigar, olha só, com eles mesmos – no campo judicial, vai ser uma batalha alexandrina;

    8) Conseguiram que se pedisse a extinção imediata, na justiça, do SINTAJ, pois não pode haver sindicado de servidores autárquicos sem autarquia (o IPRAJ foi extinto);

    9) Iniciaram um período de guerra entre servidores e serventuários, restabelecendo a segregação que outrora existia e que se tentou eliminar com a união, ainda que fictícia, das categorias – e não estranhem se as conseqüências disso chegarem ao campo físico, como hoje acreditam Cecílio-Medo-de-Morrer e Vaso-Ruym, em suas patéticas manifestações por garantia de vida e por, acreditem, pedido de ajuizamento de ADIn contra lei local pela PGR (!!!!);

    É, a greve foi mesmo uma grande conquista. Sabe-se, hoje, quem é quem e, melhor, contra quem cada um luta. E muita guerra ainda vem por aí. Agora é esperar para ver de quem será a tal “vitória” e quantos serão os “mortos e feridos” até seu alcance.

    Pense num absurdo...

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